sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Portfólio como um instrumento pedagógico de avaliação

"O ideal é que, cedo ou tarde, se invente uma forma pela qual os educandos possam participar da avaliação. E que o trabalho do professor seja com os alunos e não do professor consigo mesmo". (Paulo Freire)
Nascido no meio artístico, o portfólio migrou para a área educacional na década de 70, no Canadá, sob a forma de teaching dossie (dossiê de ensino). Vinte anos mais tarde, foi a vez de os Estados Unidos adotarem, por meio da Association for Supervision and Curriculum (Associação para a Supervisão e Currículo), o portfolio moviment como prática pedagógica que ganhou força por:
  1. Avaliar o aprendizado do aluno;
  2. Avaliar o conhecimento do professor universitário;
  3. Ajudar no/avaliar o desenvolvimento do professor em formação;
  4. Certificação dos professores já formados;
  5. Registrar a vida estudantil, servindo como currículo.
De lá para cá, o portfólio vem ganhando cada vez mais espaço nas instituições de ensino, principalmente nas escolas que acreditam em um processo mais humano e construtivista de ensino e aprendizagem.

Ao contrário de uma pasta de arquivos em que alunos e professores guardam tudo o que foi feito em sala de aula, o portfólio é composto por uma seleção refinada dos trabalhos dos estudantes. Tal antologia tem por objetivo principal retratar o aprendizado de forma clara e coesa. Para que isso aconteça, é preciso que todos os envolvidos no processo (corpos docente e discente, pais e responsáveis) tenham clareza dos objetivos propostos tanto para o portfólio como um todo, quanto para cada uma das atividades que o compõem. 

Esta seleção refinada do trabalho pode ser feita somente pelos alunos, somente pelos professores ou ainda - o que julgo ser a melhor opção - em um diálogo entre os dois. Algumas escolas que fazem o uso de portfólio como instrumento de avaliação incluem também momentos em que os pais ajudam os seus filhos a escolherem o que fará parte ou não do registro.

Ao elaborar os portfólios é importante não perder de vista as suas sete características essenciais:
  1. Fazem uso de múltiplos recursos;
  2. São autênticos (têm "a cara" de seus autores);
  3. Constituem-se em uma forma dinâmica de avaliação;
  4. Os propósitos, como já fora mencionado, são explícitos;
  5. Proporcionam a integração;
  6. Geram um pertencimento de trabalho;
  7. Têm natureza multiproposital.
Vale salientar que o portfólio é vivo e que, por isso, permite inúmeras possibilidades. Sua composição admite projetos, relatórios, desenhos, fotografias, recortes, resumos, listas de referências bibliográficas, comentários dos alunos, comentários dos professores, trabalhos refeitos, planos de trabalho futuro, avaliações, autoavaliações e tudo aquilo que retrate, de forma efetiva, o aprendizado do educando.

Ao orientar a confecção do portfólio, o professor deve facilitar a sua compreensão por meio de uma apresentação de como é desenvolvido este trabalho (que também é interessante ser feita aos pais), promovendo atividades individuais e em grupo e confrontando o seu conteúdo com os objetivos planejados e com os resultados das avaliações. Este confronto possibilita o entendimento dos avanços na aprendizagem dos alunos.

"A autoavaliação, a reflexão e a oportunidade de o aluno revelar o processo pelo qual o trabalho é expresso no portfólio constituem a centralidade do portfólio". 
(Klenlwski 2003 apud Villas Boas 2005)

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